Ministério Público é contra a privatização do Hospital Regional de Campo Maior
A medida articulada pelo Sesapi quer repassar a administração do HRCM para uma Organização Social
A privatização do Hospital Regional de Campo Maior (HRCM), proposta pelo governador Rafael Fonteles (PT), recebeu o aval negativo do Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI). O DIÁRIO já havia revelado que associações e entidades também se manifestaram contrárias a mudança na gestão da unidade de saúde.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), Karla Daniela Furtado Maia Carvalho, participou da reunião ordinária do Conselho Estadual de Saúde, em Teresina, e se declarou contra a medida articulada pela Secretária de Estado da Saúde (Sesapi).
No encontro, o secretário de Saúde, Antônio Luiz Soares, voltou a defender a entrega dos hospitais de Campo Maior, Teresina e Parnaíba para serem administrados por Organizações Sociais.
ENTENDA
A intenção de entregar o HRCM para uma Organização Social (OS) foi colocada em pauta pelo secretário de Saúde do Piauí, Antônio Luiz Soares, durante a 281ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Saúde. No encontro, o governo revelou a Intenção de contrato de gestão de hospitais com organização social, iniciando por Campo Maior, Parnaíba e Teresina.
A possibilidade gerou críticas de entidades da área da saúde, como o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Piauí (CEBES), que emitiu nota de repúdio contra o que classificou de ‘direcionamento de recursos públicos da saúde para o setor privado’.
“Esta prática pode levar a uma fragmentação do sistema de saúde, prejudicando a coordenação entre os diferentes níveis de atendimento e dificultando a continuidade do cuidado. Infelizmente, experiências malsucedidas de gestão hospitalar por Organizações Sociais não são raras”, diz um trecho da nota.
O CEBES cita ainda que desvio de recursos, a falta de transparência na gestão e a priorização do lucro em detrimento da qualidade do atendimento podem prejudicar gravemente a saúde da população com a medida. “Portanto, repudiamos veementemente essa intenção do Governador do Piauí e exigimos que o Estado assuma a sua responsabilidade de garantir o acesso à saúde de qualidade a todos os seus habitantes por meio da gestão direta e eficiente dos hospitais estaduais”, finaliza a nota da entidade.


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