CASO IZADORA MOURÃO: Ministério Público vai recorrer de decisão que absolveu João Paulo
Para o promotor de Justiça do caso, Márcio Carcará, a sentença que inocentou o acusado é contrária à prova dos autos.
O Ministério Público do Piauí anunciou que vai recorrer da decisão do Tribunal do Júri que absolveu João Paulo Mourão, acusado de ter participação no assassinato de sua irmã, Izadora Mourão, crime realizado no dia 13 de fevereiro do ano passado, na cidade de Pedro II, região norte do Piauí.
Para o promotor de Justiça do caso, Márcio Carcará, que também é coordenador do Gaej (Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça com Atuação no Tribunal do Júri), a sentença que inocentou o acusado é contrária à prova dos autos. Ele afirma ainda que vai pedir o aumento da pena dada para a mãe, Maria Nerci, condenada a 19 anos e 6 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado: “São três qualificadoras e uma agravante, havendo pelo menos três circunstâncias judiciais, previstas no artigo 59, do CP, que não foram desvaloradas adequadamente, o que elevaria o patamar da pena”, disse.
O MPPI vai pedir ainda que Maria Nerci cumpra sua prisão em regime fechado, tendo como base o pacote anticrime, que faz a previsão de que em caso de pena superior a 15 anos, a execução deve ser imediata, inexistindo a possibilidade de prisão domiciliar, modalidade em que está a mãe.
Para o Ministério Público o crime foi cometido pelos dois, motivados por uma herança de mais de R$ 4 milhões de reais, deixada pelo pai da vítima. A defesa dos acusados argumentou que a mãe teria praticado o esfaqueamento sozinha e que o irmão não estaria na cena do crime.
O JÚRI
O júri teve mais de 13 horas de duração. Em seu depoimento, Maria Nerci afirma que Izadora ameaçava trabalhar para tirar o dinheiro da sua aposentadoria, e essa seria a motivação para tirar a vida da própria filha: “É hoje ou nunca, ou ela me mata primeiro. Aí eu peguei e dei o primeiro golpe. Foi muito forte, Parece que eu acertei em uma veia que mata mesmo, aí ela pegou no meu braço esquerdo e se virou. Ela queria se levantar para tomar a faca”, disse.
Já João Paulo afirmou que só soube que a mãe tinha se tornado ré quando já estava preso em Altos-PI: “Eu estou muito triste, sentido, de corpo e alma, pelo que minha mãe fez, que acabou me prejudicando e que causa revolta. Revolta da família, revolta em mim que estou sofrendo constantemente por isso. Eu como filho, o primeiro relato que ela me deu quado perguntei, é minha mãe, eu acreditei, porque ela sempre falou a verdade para os filhos e não tinha porque duvidar dela. Ficou aberto, deixou brechas”, disse.
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